Francisco, cujo papado tem se caracterizado pelo esforço de
tornar a Igreja Católica mais inclusiva e complacente, fez o anúncio em um
documento conhecido como "carta apostólica" após o encerramento do
"Ano Sagrado da Misericórdia" da igreja, no domingo.
O
pontífice disse querer "reafirmar com a maior firmeza possível que o
aborto é um pecado grave, já que põe fim a uma vida inocente", mas que
"não há pecado que a misericórdia divina não possa alcançar e sanar quando
encontra um coração arrependido que busca se reconciliar (com Deus)".
O
papa já havia concedido temporariamente a todos os padres o poder do que é
conhecido como "absolvição sacramental" ao aborto durante o Ano
Sagrado, que durou de 8 de dezembro passado a 20 de novembro, mas o tom solene
de suas palavras na carta desta segunda-feira deu a entender que a mudança irá
durar no mínimo até o final de seu papado.
"Doravante,
concedo a todos os padres, em virtude de seu ministério, a faculdade de
absolver aqueles que cometeram o pecado de procurar abortos. A provisão que fiz
a este respeito, limitada à duração do Ano Sagrado Extraordinário, é agora
ampliada", disse.
Segundo
os ensinamentos católicos, o aborto é um pecado tão sério que aqueles que o
procuram ou realizam incorrem em excomunhão automática até que o pecado seja
absolvido em confissão.
Anteriormente
só um bispo ou confessor especial designado em uma diocese podia conceder
absolvição por um aborto.
Embora
os bispos de algumas dioceses de países desenvolvidos, como Estados Unidos e
Reino Unido, já tivessem delegado essa autoridade a padres nas paróquias, a
velha prática ainda vigorava na maior parte do mundo.
Em
um documento do ano passado, Francisco descreveu a "provação existencial e
moral" enfrentada pelas mulheres que encerraram uma gravidez e disse que
"conheceu muitas mulheres que levam em seu coração a chaga desta decisão
excruciante e dolorosa".
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