A Petrobras informou nesta terça-feira (8) que vai
baixar novamente o preço dos combustíveis nas refinarias, para que
fiquem mais alinhados com os preços no exterior. A gasolina ficará 3,1%
mais barata, em média, e o óleo diesel, 10,4%.
A
mudança é no preço das refinarias, o que significa que o preço final para o
consumidor pode não cair, necessariamente, na mesma proporção. A mudança entra
em vigor à meia-noite desta terça-feira.
Se esse
reajuste for repassado ao consumidor integralmente, a gasolina pode cair 1,3% ou
R$ 0,05 por litro e o diesel pode ficar 6,6% ou cerca de R$ 0,20 por
litro mais barato, calcula a estatal.
A última baixa nos preços para as
refinarias havia sido anunciada em 14 de outubro. Porém, em muitos Estados os preços nas bombas subiram em vez de
cair. Um dos motivos foi a alta do preço do álcool anidro, adicionado à
gasolina e que representa 27% do combustível.
Preços serão revistos ao menos uma vez por mês
A
medida faz parte de uma nova política de preços adotada pela direção da empresa
no mês passado.
Essa política
é norteada por dois fatores: o preço do petróleo no mercado internacional
(incluindo gastos com transporte e taxas portuárias) e uma margem para lucro,
impostos e proteção de riscos, como variações na cotação do dólar.
A
empresa diz que não vai cobrar preços abaixo dos praticados no exterior,
ou abaixo dos custos.
Os
preços serão revistos pelo menos uma vez por mês pelo Grupo Executivo de
Mercado e Preços da Petrobras, formado pelo presidente da estatal, Pedro
Parente, o diretor de Refino e Gás Natural, Jorge Ramos, e o diretor
Financeiro e de Relacionamento com Investidores, Ivan Monteiro.
Petrobras não repassou preços no passado
A
política de preços da Petrobras foi alvo de críticas no passado, principalmente
no governo da presidente Dilma Rousseff. Os preços dos combustíveis no Brasil
são controlados pelo governo, que é sócio majoritário da petroleira.
A
estatal mantém o monopólio na produção e importação do combustível no país. Em
geral, a empresa compra combustíveis no exterior e revende-os no país.
No início do ano, a cotação do petróleo no mercado internacional caiu a níveis históricos,
mas a Petrobras decidiu não repassar essa queda para o preço dos combustíveis.
Ao importar combustível mais barato e vendê-lo pelo mesmo preço de antes, os
ganhos da Petrobras com a revenda aumentaram.
Na
época, críticos afirmaram que, ao manter os preços artificialmente, o
governo estava usando a política de preços para recuperar parte do que perdeu
quando o petróleo estava caro lá fora --e o preço não subiu aqui-- e para
tentar aliviar as contas da Petrobras, em meio a um endividamento muito grande
da companhia.
A então presidente Dilma Rousseff disse,
na ocasião, que "o governo não tem nada a ver com subir ou baixar o preço
da gasolina" e que cabe à Petrobras avaliar se é o caso de reduzir os
preços dos combustíveis no país.
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